Eles, simplesmente, não existem ou pelo menos não são vistos a olho-nu, pois o mesmo só reflete o espelho, por que estão impregnados pelo narcicismo, que coloca a beleza como item fundamental na felicidade, sendo muitas vezes a responsável pela ascenção social. Muitas pessoas se sentem frustadas consigo por não serem iguais as outras, que julgam belas, mas uma pessoa de bem consigo mesma se torna indiferente a certos padrões. Puxa dali, estica daqui, ranca de um lugar, implanta no outro, muitas vezes são esses procedimentos cirurgicos que puxam a bochecha até as orelhas, deixando estampado um sorriso, que não representa alegria e sim a falta de amor próprio.
Creio que muitos expressavam a palavra excesso no lugar da falta de amor próprio, mas é a verdade. O exagero sem limitações nos torna ambiciosos de nós mesmos, sempre nos projetando, nos regulando e controlando revela a carência de amor a nós mesmos e o desejo de criar algo que não somos. E é ai que o sorisso fixo ao espelho se fecha ao refletir, essa barriga não é sua é a lipo, esses seios não são seus são protéses, o brilho dos seus olhos são lentes. Essa pessoa não é você! É alguém que a sociedade quiz que fosse...
É evidente que a vaidade é natural do ser humano, desde que não extrapole seus limites mascarando o seu verdadeiro eu, que não se multile e se implante uma outra pessoa. Pois é nessa condição que os padrões tomam conta e nos tornamos algo que não somos, que ás vezes nem queríamos ser, mas a sociedade é tão falácia que nos torna adeptas a ela. E quando vamos parar? Talvez quando a plástica retire o natural do corpo, esticando - a, quando a velhice for inadiável, e é nesse momento, sem beleza ou juventude, que deixamos de ser úteis para a sociedade. Chegará um momento que não nos reconheceremos a olhar no espelho, afinal isso sou eu ou é da indústria da forma? Nem eu sei mais...