terça-feira, 30 de agosto de 2011

Perdidos no espelho

A sociedade persiste com sua mania de criar padrões, desde os imperceptíveis a aquele que se reflete no espelho: a beleza, um item pelo qual os seres humanos são obsecados, que mesmo sendo subjetivo obedece a um padrão: poucos quilos, cabelos lisos, olhos claros e tudo que engloba a moda. Mesmo vivendo em um mundo que defende a idéia de que ser diferente é normal, vivemos em busca do padrão, daquilo que a sociedade diz que é belo e aí nos tornamos todos iguais. Alienados, buscamos vários tratamentos de beleza, desde o alisamento do cabelo à plastificação do corpo. E é aí que eu me pergunto, onde estão os limites e o amor - próprio?
Eles, simplesmente, não existem ou pelo menos não são vistos a olho-nu, pois o mesmo só reflete o espelho, por que estão impregnados pelo narcicismo, que coloca a beleza como item fundamental na felicidade, sendo muitas vezes a responsável pela ascenção social. Muitas pessoas se sentem frustadas consigo por não serem iguais as outras, que julgam belas, mas uma pessoa de bem consigo mesma se torna indiferente a certos padrões. Puxa dali, estica daqui, ranca de um lugar, implanta no outro, muitas vezes são esses procedimentos cirurgicos que puxam a bochecha até as orelhas, deixando estampado um sorriso, que não representa alegria e sim a falta de amor próprio.
Creio que muitos expressavam a palavra excesso no lugar da falta de amor próprio, mas é a verdade. O exagero sem limitações nos torna ambiciosos de nós mesmos, sempre nos projetando, nos regulando e controlando revela a carência de amor a nós mesmos e o desejo de criar algo que não somos. E é ai que o sorisso fixo ao espelho se fecha ao refletir, essa barriga não é sua é a lipo, esses seios não são seus são protéses, o brilho dos seus olhos são lentes. Essa pessoa não é você! É alguém que a sociedade quiz que fosse...
É evidente que a vaidade é natural do ser humano, desde que não extrapole seus limites mascarando o seu verdadeiro eu, que não se multile e se implante uma outra pessoa. Pois é nessa condição que os padrões tomam conta e nos tornamos algo que não somos, que ás vezes nem queríamos ser, mas a sociedade é tão falácia que nos torna adeptas a ela. E quando vamos parar? Talvez quando a plástica retire o natural do corpo, esticando - a, quando a velhice for inadiável, e é nesse momento, sem beleza ou juventude, que deixamos de ser úteis para a sociedade. Chegará um momento que não nos reconheceremos a olhar no espelho, afinal isso sou eu ou é da indústria da forma? Nem eu sei mais...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Revolução das Bengalas

Com o advento da tecnologia, os avanços da ciência e da medicina, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a opção por poucos filhos, há o declínio no quadro de crianças e o aumento do número de idosos, isso acarreta uma série de problemas para a previdência social, há a sobrecarga dos asilos e o pior ocorre quando o Estado do Idoso é violado, e é nessa condição que eles deixam de ser apenas os avós que passam o dia aos mandos e desmandos dos netos, e passam a se inserir na sociedade como um todo.
A idade traz inúmeras marcas e o surgimento das rugas e esse semblante traz a discriminação por parte de uma sociedade mesquinha que se adere a padrões de beleza, os portadores de 60 anos ou mais são tratados como inferiores quando seu grau de sabedoria é exarcebadamente maior que dos jovens. Seja na fila do banco, nos asilos, na procura de um emprego, no atravessar de uma rua, os idosos são maltratados, seus direitos não fazem valer. E é justamente pelo medo dos maus - tratos, da dependência de terceiros, é que muitas pessoas se camuflam atrás de procedimentos cosméticos que retardam a velhice, por que as rugas representam a incapacidade e a porta para os maus tratos.
É fato que os idosos não se apoiam apenas nas bengalas, ele necessita do Estado, da sociedade, da família, mas não é justificávle o tratamento que recebem. Um dia, ou melhos, uns 45 anos atrás, no auge da idade, fortes e viris, eles contribuiram para essa sociedade, criaram filhos e netos que hoje são seus agressores, pagaram em dia seus impostos incluindo a Previdência com custos elevadíssimos para hoje receberem uma aposentadoria que mal dá para os remédios. Mesmo experientes em certa profissão quase nunca conseguem exercê - la. Sem falar nos planos de saúde que cobram uma taxa absurda e indevida só por que a pessoa nasceu a mais de meio século atrás.
Apesar da enorme conta que temos para com os idosos eles só querem respeito, nada seria de maior serventia que ser incluido como ser social ao invés de jogados em abrigos somente aguardando a data de partida. Mas essa situação não pode permanecer, há um Estatuto para ser respeitado e não há mais tempo para discriminação, quando comecei o texto, era mais nova, ainda que horas. O tempo passa e não há escapatória, a idade chega. Levantem as bengalas para serem avistados pela sociedade que está presa ao espelho, mostrem a ela seu futuro evidenciando rugas, pés de galinha e manchas. Façam valer os seus direitos!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

E se..?

"E se as cabeças fossem quadradas, e se bastassem três acordes, e se ciência e religião fizessem as pazes? E se? Questione. Descubra. Mude. O conhecimento é irresistível."


Todos os dias me pego sonhando, com aquilo que é meu maior objetivo: Engenharia, e me maravilho com as criações do maior engenheiro, que será sempre o topo dos melhores, aquele que criou o universo que funciona de forma tão perfeita, a ciência ainda não consegue explicar de forma clara e objetiva. Deus? Qeum sabe, já dizia o filosofo que me fugiu o nome: "O que a ciência não explica, a explicação reside na fé.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tão distante, mas tão grande, dentro de mim.

E mais uma vez minha vida foi uma corrida de trem, que mais parecia um trem bala, por que nos momentos que estive ao seu lado, o tempo voou. E no final, você desembarcou e deixou que eu seguisse sozinha, não sei o que me espera lá na frente, mais sei que agora a saudade acomodou - se ao meu lado e em mim restam vestigíos de você. Que não significou pra mim apenas uma paixão de férias ou verão e sim uma pessoa que pôs fim ao meu sofrimento decorrente de um relacionamento conturbado, devolveu pra mim o brilho aos olhos e a alegria de sorrir. Uma pessoa que a principio eu não daria nada, seje pelo cabelo arrepiado estilo moicano, brinco na orelha e o enorme histórico de mulheres que já lhe beijaram a boca e depois passou a ser a pessoa pra quem eu daria a vida e amaria mil vidas se preciso for.
Nosso começo não foi de filme, nem chegou a ser bonito, seje pelo meu estado alcóolico ou pelo seu desinteresse, o tempo passou e cada momento longe de você era infinito. Contava as horas para te ver chegar do serviço, entrar pela porta e me dar um beijo apaixonado, eu nem imaginava que você representaria o que é hoje pra mim, você mudou por mim e me engrandeceu com esse sentimento exarcebado que brotava dentro de nós.
Você negava, mas no fundo já mergulhava nessa paixão tanto quanto eu, chegamos ao clímax e não teve mais como negar a ninguém o quanto estavamos empolgados com a nossa relação. Até que não teve mais como, as dificuldades se acirarram, minhas crises renais foram a gota d'água e eu tive que partir . Uma hora de viagem e eu estava de volta aos meus tormentos, minhas desilusões, na certeza de que do outro lado da cidade tem um alguém por quem eu tanto sofri. Mas eu não quero mais sofrer, você me devolveu o brilho aos olhos e como eu queria estar contigo novamente, na certeza de que você, Marco Tulio Gomes é o que restou do meu amor. E nenhum obstáculo vai me impedir de te ver um homem melhor, de te abraçar novamente ou no mínimo te olhar. Você mudou a minha vida, não na dimensão pela qual você mudou por mim, me fez acreditar novamente no amor e saber que ele existe apesar de todas as diferenças existentes entre nós, só o tempo vai dizer se vamos saber superá - las.
Você está tão distante, mas ao mesmo tempo você está tão perto de mim, no meu coração. Sua ausência é notada, mas sua falta não é sentida. Não que eu esteja feliz sem você e não sinto saudade, mas você é tão grande dentro de mim que consigo superar, com relativa facilidade, os 90 km que nos separam. E também quando a saudade apertar é só pedir arrego pra São Luiz e em uma hora estarei aí em seus braços pra poder te amar novamente. Enquanto isso..Estou aqui em casa, olhando sua foto e traçando caminhos para nós, na certeza de que logo estaremos juntos para por em ação, para viver esse amor tão intenso, apesar do curto espaço de tempo. E de nada adiantaria eu tentar explicar nosso amor, é inexplicável, é incomparável e nada seria de mim, sem o amor.