segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Revolução das Bengalas

Com o advento da tecnologia, os avanços da ciência e da medicina, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a opção por poucos filhos, há o declínio no quadro de crianças e o aumento do número de idosos, isso acarreta uma série de problemas para a previdência social, há a sobrecarga dos asilos e o pior ocorre quando o Estado do Idoso é violado, e é nessa condição que eles deixam de ser apenas os avós que passam o dia aos mandos e desmandos dos netos, e passam a se inserir na sociedade como um todo.
A idade traz inúmeras marcas e o surgimento das rugas e esse semblante traz a discriminação por parte de uma sociedade mesquinha que se adere a padrões de beleza, os portadores de 60 anos ou mais são tratados como inferiores quando seu grau de sabedoria é exarcebadamente maior que dos jovens. Seja na fila do banco, nos asilos, na procura de um emprego, no atravessar de uma rua, os idosos são maltratados, seus direitos não fazem valer. E é justamente pelo medo dos maus - tratos, da dependência de terceiros, é que muitas pessoas se camuflam atrás de procedimentos cosméticos que retardam a velhice, por que as rugas representam a incapacidade e a porta para os maus tratos.
É fato que os idosos não se apoiam apenas nas bengalas, ele necessita do Estado, da sociedade, da família, mas não é justificávle o tratamento que recebem. Um dia, ou melhos, uns 45 anos atrás, no auge da idade, fortes e viris, eles contribuiram para essa sociedade, criaram filhos e netos que hoje são seus agressores, pagaram em dia seus impostos incluindo a Previdência com custos elevadíssimos para hoje receberem uma aposentadoria que mal dá para os remédios. Mesmo experientes em certa profissão quase nunca conseguem exercê - la. Sem falar nos planos de saúde que cobram uma taxa absurda e indevida só por que a pessoa nasceu a mais de meio século atrás.
Apesar da enorme conta que temos para com os idosos eles só querem respeito, nada seria de maior serventia que ser incluido como ser social ao invés de jogados em abrigos somente aguardando a data de partida. Mas essa situação não pode permanecer, há um Estatuto para ser respeitado e não há mais tempo para discriminação, quando comecei o texto, era mais nova, ainda que horas. O tempo passa e não há escapatória, a idade chega. Levantem as bengalas para serem avistados pela sociedade que está presa ao espelho, mostrem a ela seu futuro evidenciando rugas, pés de galinha e manchas. Façam valer os seus direitos!

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