quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aceitar-se para depois ser aceito.

  Desiludidos com a vida real, muitas pessoas se camuflam em jogos e até redes sociais, pois essas feramentas permitem a troca de "avatar", para assim parecerem fortes e equilibrados, quando no fundo é apenas uma pessoa comum, dotada de insatisfação com a própria vida. Esse mecanismo que permite as pessoas se camuflarem e serem o que desejarem, acaba por abrir as portas para pessoas de má fé. Nunca se sabe, ao certo, se essas informações são verídicas, e é por isso que vivemos na incerteza, sem saber onde realmente estamos pisando.
  Jogos como o Second Life permite ao jogador criar uma projeção de si mesmo, os chamados "avatares", os quais deveriam ser a imagem e semelhança do dono, mas acabam por ser o que se queria ser. No mundo dos avatares não existe baixa autoestima, todos podem ser fortes, atraentes e rodeados de amigos. Além dos sentimentos, eles também podem camuflar a aparência física, o rosto perfeito, os olhos claros e o cabelo liso, seguindo padrões de beleza impostos pela sociedade. Tudo é possível!
  Dentro desse campo de possibilidades, não existe a desigualdade, pessoas vistas como antissociais passam a ser populares, um negro pode ser loiro e sim acabar sendo aceito pela sociedade. Ao mesmo tempo que é bom para uma pessoa ser aceita, é ruim vermos o rumo que nossa sociedade tomou, pois é preconceituosa, mesquinha, individualista. É inaceitável termos que nos camuflar, nos projetar para sermos aceitos e o pior, aceitarmos essa situação, felizes pelo "avatar" fazer sucesso, pois é ele, algo fictício e não o que realmente somos.
  Cobain, em vida, afirmou que:"Antes de ser odiado pelo que sou, do que ser amado pelo que não sou." E no fundo ninguém se transforma no que se quer ser é no que a sociedade quis que fosse, é a partir dos padrões que a sociedade nos impõe, que nos tornamos servos dela. É como se fôssemos animais que se camuflam para a defesa do inimigo. Engana - se quem pensa que a felicidade plena é tornar no que se quer ser por instantes e apenas na internet, mas é o amor - próprio, pelo que verdadeiramente é e não se curvar diante da sociedade. É se aceitar para depois ser aceito!

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