Meu pai vive me dizendo pra sair de casa, sabe se lá pra quê, ás vezes pra clarear a cabeça ou relaxar. Vive me contando inúmeros exemplos de pessoas que ficaram loucas de tanto estudar, toda vez a mesma história, que eu já sei de cor. Mal sabe ele que tem uma filha que já é louca, e não foi necessário eu ler mil e um livros, eu sempre fui assim. Ás vezes é melhor do que sair por aí bebada, me drogando, e com filho na barriga, mas infelizmente nada do que é certo nesse mundo é reconhecido. Chego a pensar que tamanho da bunda vai influenciar mais no seu salário do que a extensão do seu currículo.
Muitas vezes estou atrás de um livro por que ele tampa as imperfeições que me nego a enxergar, uma delas é você, mais uma indireta, mas chega! Você deixou de ser o centro das minhas atenções, agora pode ser este ou aquele, quem sabe aquele outro fulano, já que meu amor não teve valor. O livro me abre as portas, me sinto na história, e o vejo como uma forma de escapismo da realidade, ás vezes a história se parece muito com a minha, já deu pra perceber que ás vezes leio livros de terror né? Ao esconder meu rosto pela capa bem trabalhada pelo designer do livro, eu evito de olhar nos meus olhos e ver que nem tudo são flores, quando eu queria um jardim inteiro só pra mim. Aí entra aquela velha história: "Querer não é poder".

E minha maior frustação: pensar demais, mas em você, perder meu tempo com uma coisa tão fútil que se iguala a você, Meu Deus, como posso? Me nego a aceitar esses pensamentos, e ás vezes é por isso mesmo que busco refugio nos livros, pra te esquecer, por que eles me lembram de uma coisa que eu nunca mais quero lembrar. E antes de querer ver flores em tudo, eu queria as flores, pra levar pro defunto, que você também deveria ir ao velório: meu amor por você. E mais uma vez eu quero chegar à ataraxia, um estado máximo de sabedoria, te eliminando de uma vez dos meus pensamentos.
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