domingo, 5 de junho de 2011

Valor diante da vida

Desde os primórdios da invenção dos automóveis, ele se porta como um local de convivência social, onde passamos grande parte do nosso tempo, seja no engarrafamento ou em uma viagem, sempre transitando de um lado para o outro como um formigueiro, as buzinas tocam sinalizando que o motorista atrás está com pressa, mas o sinal está vermelho e não há o que fazer. Além de facilitar nossas vidas, o trânsito se porta como mais um dos instrumentos de interação social.
E é nessa condição que deveria representar, antes de tudo, o sinal verde para a cooperação, porque do mesmo modo que não saímos por aí quebrando um prédio público não devemos fazer do trânsito um verdadeiro desastre. Até mesmo ao lembrar que há uma viagem a se fazer a preocupação vem a tona, por que não há cooperação por parte dos motoristas e aí reside um engano ao compará-lo a um formigueiro, que é um ambiente de relações mútuas, bem diferente do que ocorre nas vias transitáveis. Não muito raro, os chingamentos são ditos sem a menor preocupação de que irá ferir quem ouve e não adianta dizer que foi da boca pra fora, tudo é dito da boca pra fora, o trânsito se tornou alvo de uma corrida, cujo lema é "Salve - se quem puder."
O problema é mais grave do que se pensa e só não é resolvido porque estamos presos a um cinto de segurança em um engarrafamento sem fim e em nossa direção existem pessoas extressadas, atrazadas, bebadas e dispostas a tudo para passar na frente, esquecendo - se muitas vezes que o de trás pode estar mais necessitado e ao invés de tratamos a ferida com anti-séptico deveríamos previni - la com uma dose de paciência, que evitará dores de cabeça futuras que nenhum remédio milagroso terá poder de cura.
Não que o uso do cinto de segurança seja supérfulo, muito pelo contrário é indispensável, só há um problema: é individual, por isso nos preocupamos apenas com a nossa segurança, às vezes por falta de amor próprio, não fazemos uso do mesmo. É preciso que prendamos nossas vias de trânsito com um enorme cinto de segurança para que se possa proteger todos aqueles que nele trafegam e que presos pelo cinto possamos entender que cada um tem suas necessidades e o calor humano nos faça compreender que temos valor diante da vida.

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