Nunca seonhei com casamento, amores para sempre e finais felizes, o que seria natural em meninas. Talvez isso ocorreu pela minha compreensão de mundo e pela decepção que tive com ele, e com as pessoas, com a maldade, a impunidade, a corrupção, a miséria. Eu nunca consegui entender porque o ser humano é tão desprezível se um dia Shakespeare afirmou: "Que obra de arte é o homem!"
Questionada se queria ser mãe, respondi que não era o meu sonho! Não pela falta de sentimento, pela esterilidade ou pelo medo da dor do parto, e sim porque o mundo tem filhos de mais e tudo de menos, menos educação, menos saúde, menos cárater, menos comida, menos paz. E é esse 'menos' que cresce em mim o desejo de mais, o desejo de assumir o papel de mãe dos filhos do mundo e saciar a sede da humanidade.Quem sabe eu seja só mais uma revolucionária com planos mal sucedidos, que talvez nem chegue a se concretizar. E é por isso que escrevo, sempre fiz alardes, liderei a sala em movimentos que a coordenação achava rebeldes. Sempre fiz uso da persuasão, sempre quiz juntar a massa e ir combater a corrupção. Mas eu era apenas uma e a única massa que me restava era a minha. Muito mais do que gerar filhos é gerar vidas, por mais que pareça a mesma coisa. Gerar vidas é fazer com que os filhos tenham sua vida, tenham comida, saúde, educação, cultura, lazer. Muito mais do que nascer, é viver.
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