sábado, 18 de fevereiro de 2012

Os filhos do mundo.

Sempre fui apaixonada pelos livros. Enquanto a maioria dos meus colegas se divertiam ns brincadeiras da aula de Educação Física, me recanteava para me entregar ao prazer da leitura, engolia as páginas, lia, no mínimo, um livro por semana! Desde criança, enquanto minhas colegas brincavam de casinha fingindo ser mãe, eu preferia as palavras!
Nunca seonhei com casamento, amores para sempre e finais felizes, o que seria natural em meninas. Talvez isso ocorreu pela minha compreensão de mundo e pela decepção que tive com ele, e com as pessoas, com a maldade, a impunidade, a corrupção, a miséria. Eu nunca consegui entender porque o ser humano é tão desprezível se um dia Shakespeare afirmou: "Que obra de arte é o homem!"
Questionada se queria ser mãe, respondi que não era o meu sonho! Não pela falta de sentimento, pela esterilidade ou pelo medo da dor do parto, e sim porque o mundo tem filhos de mais e tudo de menos, menos educação, menos saúde, menos cárater, menos comida, menos paz. E é esse 'menos' que cresce em mim o desejo de mais, o desejo de assumir o papel de mãe dos filhos do mundo e saciar a sede da humanidade.
Quem sabe eu seja só mais uma revolucionária com planos mal sucedidos, que talvez nem chegue a se concretizar. E é por isso que escrevo, sempre fiz alardes, liderei a sala em movimentos que a coordenação achava rebeldes. Sempre fiz uso da persuasão, sempre quiz juntar a massa e ir combater a corrupção. Mas eu era apenas uma e a única massa que me restava era a minha. Muito mais do que gerar filhos é gerar vidas, por mais que pareça a mesma coisa. Gerar vidas é fazer com que os filhos tenham sua vida, tenham comida, saúde, educação, cultura, lazer. Muito mais do que nascer, é viver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário